"Eis a dificuldade do nosso tempo: mal começam a germinar em nós ideais, sonhos, belas esperanças, logo a realidade cruel se apodera de tudo isso para o destruir totalmente. É por milagre que não renunciei a todas as minhas esperanças, na verdade tão absurdas e irrealizáveis. Mas eu agarro-me a elas, apesar de todos e de tudo, porque tenho fé no que há de bom no homem." Anne Frank, 15 de Julho de 1944
Sim já existe quem negue que isto aconteceu... por isso é que acho que as crianças deviam aprender este pedaço de História desde cedo e que toda a gente devia visitar este sítio, esquecer é abrir caminho para que a história se repita.
Em fevereiro deste ano fui um mês de férias para a Alemanha. Foi uma viagem de sonho, num país que nunca quis conhecer e sobre o qual tinha a pior opinião possível. Sou apaixonada por História e confesso que desde sempre o Holocausto Nazi mexeu comigo, muito mesmo, ao ponto de um dos meus maiores sonhos ser visitar os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau. Acho que só vou acreditar mesmo nisto tudo quando lá estiver. Preciso mesmo de cumprir este meu sonho, só não achei que tivesse de acontecer este ano, porque estava a ultrapassar um fase difícil na minha vida e sei que não será um momento fácil. Houve muitas situações menos felizes que me marcaram na minha viagem à Alemanha. Posso partilhar aqui duas. A primeira foi ter encontrado memoriais às vítimas do Holocausto em muito mau estado, completamente abandonados e longe de tudo e de todos: http://lacorrilha.blogspot.pt/2012/03/rosa-bohmer.html; outra situação desagradável e que jamais irei esquecer, foi a reacção de vários alemães ao saberem deste meu sonho, que nada mais é do que um desejo enorme de homenagear as vítimas. Só recebi desprezo, indiferença, é como se tudo não passasse de um boato e eu ainda os estivesse a ofender. Estas reações só nos podem deixar assustados. Muito.
Também sou apaixonada por História e sempre tive vontade de conhecer Auschwitz, não é um destino turístico, mas quando decidi fazer o Interrail, achei que era uma óptima oportunidade para o fazer. Não é um sítio fácil de visitar, sente-se uma angústia, uma revolta e pelo menos eu passei o tempo a pensar como é possível que algo assim tenha acontecido!? Sem dúvida que é assustador que ainda nem tenha passado assim tanto tempo e já existam pessoas a negar o Holocausto, isso quanto a mim abre caminho para que a História se repita e apesar das poucas informações que há, na Coreia do Norte também supostamente haverá campos de concentração e tal como na altura da Segunda Guerra Mundial, as coisas sabem-se, mas quem têm poder de agir não o faz. Acho que nas gerações mais novas da Alemanha há uma certa vergonha do que aconteceu e por isso evitam o tema... mas também há um crescente movimento das extremas direitas em vários países europeus, jovens em partidos neo-nazis e enfim há até pessoas com esse tipo de ideais eleitos democraticamente em parlamentos... por isso é mesmo para sentir medo. O memorial de Auschwitz é para mim um sítio "sagrado", no sentido em que ali pereceram e sofreram milhares de pessoas, que não tiveram sequer direito a um enterro digno, por isso percebo perfeitamente essa vontade de homenagear as vítimas.
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A memória é muito curta.
ResponderEliminarAcho inconcebível que exista gente que justifica e tenta diminuir e banalizar este pedaço de história.
Sim já existe quem negue que isto aconteceu... por isso é que acho que as crianças deviam aprender este pedaço de História desde cedo e que toda a gente devia visitar este sítio, esquecer é abrir caminho para que a história se repita.
EliminarE esse não esquecer continua hoje a ser importante.
ResponderEliminarBeijos
Sem dúvida!
EliminarEm fevereiro deste ano fui um mês de férias para a Alemanha. Foi uma viagem de sonho, num país que nunca quis conhecer e sobre o qual tinha a pior opinião possível.
ResponderEliminarSou apaixonada por História e confesso que desde sempre o Holocausto Nazi mexeu comigo, muito mesmo, ao ponto de um dos meus maiores sonhos ser visitar os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau. Acho que só vou acreditar mesmo nisto tudo quando lá estiver. Preciso mesmo de cumprir este meu sonho, só não achei que tivesse de acontecer este ano, porque estava a ultrapassar um fase difícil na minha vida e sei que não será um momento fácil.
Houve muitas situações menos felizes que me marcaram na minha viagem à Alemanha. Posso partilhar aqui duas. A primeira foi ter encontrado memoriais às vítimas do Holocausto em muito mau estado, completamente abandonados e longe de tudo e de todos: http://lacorrilha.blogspot.pt/2012/03/rosa-bohmer.html; outra situação desagradável e que jamais irei esquecer, foi a reacção de vários alemães ao saberem deste meu sonho, que nada mais é do que um desejo enorme de homenagear as vítimas. Só recebi desprezo, indiferença, é como se tudo não passasse de um boato e eu ainda os estivesse a ofender.
Estas reações só nos podem deixar assustados. Muito.
Também sou apaixonada por História e sempre tive vontade de conhecer Auschwitz, não é um destino turístico, mas quando decidi fazer o Interrail, achei que era uma óptima oportunidade para o fazer.
EliminarNão é um sítio fácil de visitar, sente-se uma angústia, uma revolta e pelo menos eu passei o tempo a pensar como é possível que algo assim tenha acontecido!?
Sem dúvida que é assustador que ainda nem tenha passado assim tanto tempo e já existam pessoas a negar o Holocausto, isso quanto a mim abre caminho para que a História se repita e apesar das poucas informações que há, na Coreia do Norte também supostamente haverá campos de concentração e tal como na altura da Segunda Guerra Mundial, as coisas sabem-se, mas quem têm poder de agir não o faz.
Acho que nas gerações mais novas da Alemanha há uma certa vergonha do que aconteceu e por isso evitam o tema... mas também há um crescente movimento das extremas direitas em vários países europeus, jovens em partidos neo-nazis e enfim há até pessoas com esse tipo de ideais eleitos democraticamente em parlamentos... por isso é mesmo para sentir medo.
O memorial de Auschwitz é para mim um sítio "sagrado", no sentido em que ali pereceram e sofreram milhares de pessoas, que não tiveram sequer direito a um enterro digno, por isso percebo perfeitamente essa vontade de homenagear as vítimas.